Os dois primeiros versículos do capítulo 12 da carta de Paulo aos Romanos são alguns dos meus preferidos na Bíblia.
Portanto, irmãos, rogo-lhes, pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Gosto muito deles porque colocam de modo muito claro que nosso culto é oferecermos a nós mesmos a Deus. Isso implica nossa vida como um todo. Vai para o trabalho? Cultue a Deus fazendo isso. Vai jogar futebol? Que seus dribles sem caneladas e pisadas na bola sejam um louvor. Vai pagar uma conta no banco? Que o cumprimento de suas obrigações seja um exemplo para a glorificação do nome do Pai. Agir assim é nosso culto racional. Não é um demérito do culto formal, mas o que ocorre na igreja fica completamente oco se nosso louvor no dia a dia for vazio.
Além disso há a certeza de que podemos desfrutar da boa, agradável e perfeita vontade de Deus. O que poderia ser melhor do que viver de acordo com a vontade daquele que faz com que todas as coisas cooperem para o bem dos que o amam? Mas para isso temos o desafio diário de não sermos engessados pelos padrões seculares e sermos transformados pela renovação, a renovação da nossa mente. Da sua, da minha, daqueles que agora, pela graça de Deus, têm a mente de Cristo (1Co 2.16).
Os conceitos (padrões) que recebemos pelos mais variados (e quão variados eles são hoje) canais de mídia escravizam nossa mente, fazendo que ela o transforme em apenas mais um integrante da "boiada", da "massa de manobra". Desse modo podemos servir aos interesses de sabemos lá quem, mas esse quem certamente está espalhando e não ajuntando com Jesus (Mt 12.30).
O inimigo, Satanás, desde o início leva o homem ao engano, à ilusão. A razão está com Deus. Infelizmente as armas do diabo parecem ter atingido muitos objetivos. Há imensa falta de qualquer raciocínio em um mundo de analfabetos funcionais e de alfabetizados que preferem a irracionalidade das drogas e do álcool. Pensar, cada vez mais parece ser algo que "dói".
Entre os cristãos, o abismo persiste quanto ao conhecimento bíblico. De um lado doutores e mestres em áreas teológicas obtém suas graduações em número cada vez maior. Do outro os membros das igrejas se esforçam para não confundir Moisés com Abraão, chegando a discutir com os católicos sobre aquele livro apócrifo na bíblia deles. "Como é mesmo o nome? Acho que é aquele tal de Obadias."
Em toda a história da humanidade sempre houve tempo de renovação, assim como é hoje e como Deus o requer. Temos que clamar, bradar, falar, explicar, repetir, colocar em cartazes, publicar e-books, blogar, tuitar, e o que mais as mídias permitirem, que todos precisamos ser transformados pela renovação da nossa mente. Comunicando e praticando isso glorificaremos a Deus, seremos por ele abençoados e abençoaremos aos outros. Renove.