Em vários cantos do planeta as pessoas estão se preparando para celebrar o natal, outros já o estão fazendo. Ah, sim, muitos já sequer se lembram do motivo da celebração. Trata-se da comemoração do nascimento do Salvador, de Jesus Cristo, o Senhor. Os que o seguem são chamados "cristãos".
É uma tradição fazer pedidos no natal, assim como trocar presentes e comer alimentos que não costumam fazer parte de nosso dia a dia. Bem, muitas pessoas estão pedindo somente para que tenham algo para comer na noite de natal, outros, que possam voltar para suas casas, de onde foram desalojados por enchentes ou soterramentos. Alguns meninos podem ter pedido um brinquedo eletrônico, ou uma simples bola. Várias meninas estão apenas segurando sua boneca surrada, com cabelos de espantalho e faltando um olho, ganhada de um papai noel qualquer em um outro natal, enquanto outras dão como certa a chegada a suas mãos do smartphone top de linha. Muitos senhores ou senhoras podem estar pedindo pela recuperação de seu amado, que está em um leito de hospital. Pedidos, como são relativos...
Mas quero eu também fazer o meu pedido de natal. Meu pedido é dirigido ao único que pode atendê-lo.
"Senhor Deus, que a partir deste natal, os cristãos sejam de fato cristãos. Que da boca de cada um que professa ter sido salvo por Jesus brotem muito mais palavras de amor, em vez de fofocas e maledicências. Que a mão direita, acompanhada de seu braço e todo o corpo esteja pronto a ajudar, quem quer que seja, onde quer que seja. E que isso seja feito sem que os tambores rufem ou os microfones elogiem a bondade interesseira, desejosa de louvação.
Senhor, que possam teus filhos neste mundo, ao qual são chamados a iluminar, caminhar espargindo luz, em vez de viver num lusco-fusco, que mais confunde do que orienta. Que do coração de cada cristão, enlevado no natal, pelo nascimento daquele que é Amor, flua amor sem medida, a quem quer que seja, onde quer que seja. Que a verdade esteja presente na boca dos filhos de Deus, em seus passos, seus relacionamentos, seus ideais, seu trabalho, seus estudos, seus atos, seus toques, sua feições.
Deus Todo-Poderoso, que os cristãos sejam cristãos, de um natal a outro, sucessivamente, até a volta do Senhor do natal."
Mente em renovação
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
sábado, 30 de novembro de 2013
Inclusão eclesiástica?
Atualmente é algo fortemente presente em discussões pedagógicas: a inclusão. A proposta da inclusão é que independentemente de as pessoas, geralmente crianças em idade escolar, terem dificuldades de aprendizado (relacionados a deficiência física, como atrofias, paralisias, cegueira, surdez, etc., ou mental) elas devem frequentar as aulas junto aos demais alunos no ensino regular (os quais supostamente não têm problemas de aprendizagem). A ideia é que as barreiras de diferenças possam ser diminuídas e não haja exclusão, mas aproximação.
Gostaria de tratar dessa ideia aplicada à igreja. Não é preciso haver algum distúrbio ou deficiência para que algumas pessoas acabem se vendo excluídas eclesiasticamente. Infelizmente, assim como ocorre fora da igreja, muitas vezes se dá atenção a quem, ao menos aparenta, ter algum "dom". Isso pode significar ser um bom orador, tocar algum instrumento, cantar bem, ou simplesmente ser bom de papo. Quando alguém não se encaixa nesse perfil, bem, vai ficando de lado, à margem dos relacionamentos e atividades da igreja.
O Senhor Jesus rogou ao Pai: "...a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste" (Jo 17.21). A unidade da igreja é muito importante para que, vendo-a, o mundo creia que Jesus foi enviado pelo Pai. Esse testemunho não tem sido dos melhores. A falta de coerência, comunhão e amor pelo próximo expõem-se a olhos vistos entre muitos "irmãos".
Essa situação de incoerência acontece porque a igreja é formada por pessoas pecadoras. O pecado nos afasta de fazer a vontade do Pai, desvia-nos do alvo, da lei áurea da fé cristã: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. (...) Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22.37 e 39).
A proximidade maior entre um e outro é algo muito comum e aceitável. Até mesmo Jesus teve discípulos que lhe eram mais chegados. No entanto, a exclusão, realizada por meio de afastamento de atividades, das conversas ou outros meios quaisquer, é algo inaceitável na igreja e precisa ser tratada com a devida importância. É preciso que nos preocupemos muito mais com as pessoas, do que com um suposto "show" de dons e habilidades para "louvar" ao Senhor. Que a oração de Jesus seja atendida, para que sejamos um.
Gostaria de tratar dessa ideia aplicada à igreja. Não é preciso haver algum distúrbio ou deficiência para que algumas pessoas acabem se vendo excluídas eclesiasticamente. Infelizmente, assim como ocorre fora da igreja, muitas vezes se dá atenção a quem, ao menos aparenta, ter algum "dom". Isso pode significar ser um bom orador, tocar algum instrumento, cantar bem, ou simplesmente ser bom de papo. Quando alguém não se encaixa nesse perfil, bem, vai ficando de lado, à margem dos relacionamentos e atividades da igreja.
O Senhor Jesus rogou ao Pai: "...a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste" (Jo 17.21). A unidade da igreja é muito importante para que, vendo-a, o mundo creia que Jesus foi enviado pelo Pai. Esse testemunho não tem sido dos melhores. A falta de coerência, comunhão e amor pelo próximo expõem-se a olhos vistos entre muitos "irmãos".
Essa situação de incoerência acontece porque a igreja é formada por pessoas pecadoras. O pecado nos afasta de fazer a vontade do Pai, desvia-nos do alvo, da lei áurea da fé cristã: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. (...) Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22.37 e 39).
A proximidade maior entre um e outro é algo muito comum e aceitável. Até mesmo Jesus teve discípulos que lhe eram mais chegados. No entanto, a exclusão, realizada por meio de afastamento de atividades, das conversas ou outros meios quaisquer, é algo inaceitável na igreja e precisa ser tratada com a devida importância. É preciso que nos preocupemos muito mais com as pessoas, do que com um suposto "show" de dons e habilidades para "louvar" ao Senhor. Que a oração de Jesus seja atendida, para que sejamos um.
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Louvor ateu
Ateístas
evangelistas. Contradição de termos? Não. Ateus ingleses começaram um movimento
com “cultos ateus”. Como assim? Eles deixaram a igreja, mas queriam manter
algumas coisas que curtiam nela. Como relata um dos fundadores do movimento:
“Há
cerca de seis anos eu deixei o louvor da igreja, e pensei: ‘Há muitas coisas
formidáveis lá. Eu adoro cantar, estar com os outros, a ideia de se aperfeiçoar
e ajudar outras pessoas. Mas tudo isso é centrado em algo no qual eu não
acredito. Quão bom seria se tudo isso acontecesse por algo em que acredito? Eu
penso que a vida é tão impressionantemente fantástica que ela deve ser
celebrada tão somente pelo privilégio de a termos.’” – Sanderson Jones
Eles
“cultuam” ao som de Queen, Billy Joel e Meatloaf e ouvem “sermões palestras” centrados
em experiências profundas de vida, segundo o conceito dos palestrantes.
O
movimento tem crescido na Inglaterra, onde uma pesquisa recente revelou que 2/3
dos adolescentes afirmam não acreditar em Deus, e agora começa a ser difundido
nos EUA.
Aguarde,
em breve, a palavra “salvadora” dos neo-ateus deve chegar à terra brasilis.
As
informações são do site da revista Newsweek (em inglês), no seguinte link: http://mag.newsweek.com/2013/11/01/atheism-evangelicals-christianity-religion.html
Depois de ter postado o texto, encontrei essa matéria, em português, com vídeo: http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2013/11/131101_igreja_sem_religiao_video_fn.shtml#TWEET942105
Depois de ter postado o texto, encontrei essa matéria, em português, com vídeo: http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2013/11/131101_igreja_sem_religiao_video_fn.shtml#TWEET942105
terça-feira, 10 de setembro de 2013
Maldito maldizer
Costumamos gostar de coisas bem ditas e benditas, principalmente se forem em referência a nossa pessoa. No entanto, parece que pegajosamente o mal dizer e o maldizer acompanham o abrir de nossa boca. É tão mais fácil falar para o mal do que para o bem. Pior, muitíssimo pior do que isso, parece tão mais... prazeroso.
Esse prazer maligno de maldizer, fofocar, criticar com perversidade, espezinhar, diminuir e, muitas vezes, destruir o outro por meio de palavras, como nos casos de bullying, é algo tremendamente maléfico para todas as partes. No entanto parece não haver prática tão comum, mesmo entres os que se autoproclamam filhos de Deus. Prática que não faz discriminação. Sofrem por ela e dela fazem uso tanto os mais simplórios quanto os de grande vulto na igreja.
Talvez esse pecado da maledicência seja tão comum por pensarem que supostamente não receberão nenhuma punição. Afinal, quantos casos de maledicência ou fofoca já vimos sendo tratados pela igreja com a devida severidade? Há impunidade quanto a essa prática. A igreja tem dificuldade em tratar de situações assim, muitas vezes, por falta de provas, testemunhas, ou simplesmente porque muitos não levam isso a sério. Afinal, maldizer não faz crescer barriga à vista de todos.
Essa ideia de impunidade é enganosa, vilmente enganosa. No sermão da montanha, Jesus advertiu com severidade: "quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo" (Mt 5.22). Vale lembrar que "tolo" é uma palavra bem amena comparada às que se costuma usar para maldizer hoje. Atentar contra uma pessoa por meio da maledicência é se colocar no mesmo nível de quem não teme a Deus, e, assim como ele, estar sujeito à condenação eterna.
Paulo, o apóstolo, apresentou uma relação de pecados de prática constante que são característica de quem não poderá ter os céus por herança: "nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes..." (1Co 6.10). É, pelo que Paulo diz, esse negócio de falar mal dos outros parece mesmo ser bem sério, não é?
A língua é capaz de por em "chamas toda a carreira da existência humana" (Tg 3.6). Tiago também coloca o cuidado com o que dizemos em pontos bastante extremos. Com a língua bendizemos ao Senhor e amaldiçoamos os homens, que são semelhança de Deus, nosso iguais, nossos irmãos, com falhas e erros semelhantes aos nossos, com amores, desejos, dúvidas, esperanças tais quais também as temos.
Maldizer e bendizer podem andar juntos? De uma mesma fonte pode brotar água doce e amarga (Tg 3.11)? Ah, sim, o problema é a fonte. A boca fala do que está cheio o coração (Mt 12.34). O que jorra de sua fonte?
Esse prazer maligno de maldizer, fofocar, criticar com perversidade, espezinhar, diminuir e, muitas vezes, destruir o outro por meio de palavras, como nos casos de bullying, é algo tremendamente maléfico para todas as partes. No entanto parece não haver prática tão comum, mesmo entres os que se autoproclamam filhos de Deus. Prática que não faz discriminação. Sofrem por ela e dela fazem uso tanto os mais simplórios quanto os de grande vulto na igreja.
Talvez esse pecado da maledicência seja tão comum por pensarem que supostamente não receberão nenhuma punição. Afinal, quantos casos de maledicência ou fofoca já vimos sendo tratados pela igreja com a devida severidade? Há impunidade quanto a essa prática. A igreja tem dificuldade em tratar de situações assim, muitas vezes, por falta de provas, testemunhas, ou simplesmente porque muitos não levam isso a sério. Afinal, maldizer não faz crescer barriga à vista de todos.
Essa ideia de impunidade é enganosa, vilmente enganosa. No sermão da montanha, Jesus advertiu com severidade: "quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo" (Mt 5.22). Vale lembrar que "tolo" é uma palavra bem amena comparada às que se costuma usar para maldizer hoje. Atentar contra uma pessoa por meio da maledicência é se colocar no mesmo nível de quem não teme a Deus, e, assim como ele, estar sujeito à condenação eterna.
Paulo, o apóstolo, apresentou uma relação de pecados de prática constante que são característica de quem não poderá ter os céus por herança: "nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes..." (1Co 6.10). É, pelo que Paulo diz, esse negócio de falar mal dos outros parece mesmo ser bem sério, não é?
A língua é capaz de por em "chamas toda a carreira da existência humana" (Tg 3.6). Tiago também coloca o cuidado com o que dizemos em pontos bastante extremos. Com a língua bendizemos ao Senhor e amaldiçoamos os homens, que são semelhança de Deus, nosso iguais, nossos irmãos, com falhas e erros semelhantes aos nossos, com amores, desejos, dúvidas, esperanças tais quais também as temos.
Maldizer e bendizer podem andar juntos? De uma mesma fonte pode brotar água doce e amarga (Tg 3.11)? Ah, sim, o problema é a fonte. A boca fala do que está cheio o coração (Mt 12.34). O que jorra de sua fonte?
quinta-feira, 6 de junho de 2013
Amor: na teoria, tudo bem...
A tirinha ao lado brinca com a séria realidade de que todos
reconhecem que o amor é a chave para os problemas do mundo, algo
revolucionário, mas que pouquíssimos praticam. Entramos no jogo do "faça o
que eu mando, não faça o que eu faço".
Talvez agora você esteja pensando:
"Ah, não! Mais uma exortação dizendo que 'eu devo amar', 'eu devo amar',
'eu devo amar...'". Não se trata disso. Afinal, você já sabe muito bem a
parte teórica sobre o amor, ou talvez não muito, mas certamente sabe que é algo
bom, e algo que gostaria de receber. É sobre esse ponto que quero tratar.
Conhecemos algumas coisas somente
pela teoria. Esse conhecimento se aprofunda de maneira tremenda quando temos
contato, quando experimentamos o que diz a teoria. Um degustador pode explicar
a alguém as variadas nuances do sabor do chocolate, buscando exprimir o quanto
ele é delicioso, por exemplo. Mas uma bela mordida em um fará toda a diferença
no conhecimento dessa verdade (tudo bem se você não gosta de chocolate,
entendemos que no seu planeta isso possa ser uma realidade).
Você já sabe que somos muito
egoístas. Tudo gira ao nosso redor e tudo é para nós, ou ao menos pensamos que
deveria ser. Isso não é diferente quanto ao amor. Queremos que nossa esposa, ou
marido, nos ame e nos faça feliz. Queremos que as pessoas nos amem, e atendam
nossas necessidades, e nos elogiem, nos façam um carinho. Parece que a verdade
bíblica de "amar ao próximo como a si mesmo" é boa quando os outros a
praticam, não é?
Considerando isso, que tal se experimentássemos
mesmo amar? Os benefícios teóricos de amar você já conhece, mas que tal
senti-los na pele? Ver sua esposa sorrir emocionada porque você a abraçou
espontaneamente, sem motivo aparente, seria algo bom para você? Acompanhar os
olhos encantados de uma criança que lê um livro que você doou a ela seria algo
bom para você? Dar um duro danado trabalhando fora e ainda chegar em casa e
cuidar da roupa do seu filho, para tê-lo bem cuidado e agradecido à mãe seria
algo bom para você?
Bem, uma infinidade de coisas que
poderíamos fazer como expressão de amor nos deixariam felizes ao final. Mas
você percebeu que tudo isso está se voltando para o nosso umbigo de novo? Mas é
verdade que amar nos faz bem. Sim, aquele amor sacrificial, de entrega, pode
nos trazer benefícios. O ponto é que o amor verdadeiro age sem esperar nada em
troca. Afinal, ele "tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta"
(1Co 13.7).
O amor precisa ser praticado,
exercitado, para crescer e amadurecer. Esse processo só tem início com nossos
primeiros passos, com o entendimento, por exemplo, de que nós só podemos amar
de verdade "porque ele nos amou primeiro" (1Jo 4.19).
Portanto, que tal conhecer o amor mais profundamente? Que
tal espalhar amor, ainda que caras feias e irritadas estejam do outro lado? Que
tal praticar o amor, ainda que começando de maneira bem modesta, para que ele
vá crescendo e crescendo?
Ah, vamos amar!
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Justiça! Desde que seja a minha
Atrizes se beijando em público, de preferência com muitos flashes, baderneiros subindo em mesas, portas de "armário" se abrindo com as pessoas menos esperadas, editoriais de jornais e revistas no estilo: "Fora Feliciano! Você não nos representa".
Quanto empenho e determinação. Vigor sobejando pela "causa". Gargantas abertas para clamar: "Saia!". Vozes que afirmam que não se calarão enquanto não tiverem sua vontade atendida. Tudo isso para tirar um deputado da presidência da Comissão de Direitos Humanos porque, segundo afirmam, ele é homofóbico e racista. Convenhamos que o tal pastor deputado não parece ser uma singela flor do campo que possa ter seu perfume aspirado, mas seria preciso todo esse barulho? É a luta pela realização da justiça?
Por esses dias, como é rotineiro, noticiários da TV exibiram imagens de pessoas passando horas em filas para ser atendidas. Não. Não se trata de hospitais públicos, o que já é muito ruim. Agora são também os hospitais particulares, pelos quais as pessoas pagam convênios médicos para ser atendidas. Crianças desmaiando, mulheres passando mal, pés quebrados para os quais não há gesso. Caso nos voltemos para os hospitais públicos, falaremos de pessoas a quem é negada qualquer dignidade. Homens e mulheres que são encostados em corredores, até que morram, ou que vão embora morrer em outro lugar.
Mas mudemos da saúde, ou da falta dela, para o básico dos básicos, a necessidade de água. Também são expostas pela TV as imagens do chão rachado, à míngua, com "Severinos" e "Marias" não sabendo o que fazer com "us minino". E não é de hoje. Graciliano Ramos via esse mesmo cenário quando colocou a cadela Baleia a seguir Fabiano, Sinhá Vitória e seus dois meninos. Gado estorricado, com a vida evaporando pelo calor e secura.
Mas e as meninas vivendo à beira das estradas perguntando aos "tio caminhonero" se não querem se aliviar por 20 conto? Esbravejamos contra os pedófilos que atacam meninos e meninas de classe média, e devemos fazê-lo, mas e essas outras crianças? Seriam dignas de alguma dignidade reconhecida? Brasileiros e brasileiras se preocupam com elas?
Mas haveria muitos, e muitos mesmo, outros "mas" que poderíamos citar. Todos eles merecedores da atenção, preocupação, do envolvimento, comprometimento, desprendimento de todos nós. Por esses motivos deveríamos clamar bem alto: "Chega! Chega! Justiça! Fora com os que não cuidam de questões essenciais para a população. Vocês não nos representam". Mas isso não acontece. Não acontece.
Ah, se essas influentes atrizes, se prolíficos editores de jornais e revistas, se baderneiros que gritam em sobem em mesas estivessem envolvidos nessas causas. Essas sim causas, Causas significativas, importantes, que fazem diferença na vida, e mesmo na morte, de milhões de pessoas.
Chega então dessa justiça parcial. Basta de valores proclamados por "brothers" que não sabem discernir mão direita da esquerda. Calem suas bocas, se não é para exigir e cobrar as pessoas por motivos verdadeiros. Hipocrisia, mentiras e coerção, sempre de mãos dadas para proclamar a justiça, de alguns, para alguns.
Nosso Pai, que seja feita a sua justiça.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Lírios, observem
Sim, lírios, observem. Vejam os
homens no mundo. Eles trabalham e tecem, como já foi no passado. Assim como em
séculos anteriores eles continuam a ficar ansiosos e a confiar em si mesmos
para se manter. Suas forças em um momento estão no auge, em outro estão
dependentes de alguém que os conduza, mas não entendem que eles nada podem por
si mesmos.
Muitos séculos se passaram e a
ansiedade somente aumentou na vida de homens e mulheres. Eles querem sempre
mais. Não abarrotam mais seus celeiros, pois agora o bom, o “seguro”, é ter uma
bela conta bancária. Quanto mais números ela apresentar, mais seguros eles se
sentem. Vamos lá, dizem eles, mais dinheiro, mais casas, mais dinheiro, mais
carros, mais dinheiro, mais roupas, mais dinheiro, mais aparelhos celulares,
mais dinheiro, mais gadgets, mais dinheiro,
mais... apenas mais.
O vazio continua, como no passado. As
contas bancárias e os bens podem aumentar, mas só para descobrir que, ao final,
a infelicidade continua. O buraco da falta de sentido tem a força gigantesca de
um buraco negro no espaço. Os seres humanos continuam a se consumir, a se
deteriorar moral, intelectual e fisicamente. Sim, um abismo chamando outro
abismo.
Ah, se eles tivessem fé! Onde está o
grão de mostarda? Assim jamais os montes se moverão. Por que preferem carregar
os fardos pesados, quando é ofertado o leve? Eles parecem desejar o deserto. A
fonte de água foi apresentada aos sedentos, mas a língua contínua a se apegar
ao palato. A garganta arranha e engasga o pó da enganosa autossuficiência. Ah,
se tivessem escolhido a melhor parte! Essa não seria tirada deles.
O pior cego é aquele que quer olhar
para apenas uma direção, que não contempla o todo, que não agradece pelo todo.
O pior cego é quem quer ver apenas o que quer ver, o que lhe convém. Mas é
possível dar vista aos cegos, e é possível abrir os horizontes. É possível que
eles também observem vocês, lírios. Nem Salomão se vestiu como vocês. E
possível que esses cegos voluntários contemplem vocês e se alegrem, e deem
graças, e vivam.
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