sexta-feira, 29 de abril de 2011

Circo real, ou "gostamos mais de ilusão"

Está bem, é o assunto do momento. O casamento real - William e Kate. Já nem faço ideia de quantas vezes ouvi esses nomes durante esta semana. Então falemos sobre isso também. Ou melhor, falemos sobre o que cerca esse "evento".

Para começar, esse parece um filme que já vimos antes. Charles e Diana já haviam dado esse mesmo show há algumas décadas. Mas logo se tornaria um show de horrores. Mas muita gente parou para tentar observar cada detalhe da cerimônia. Do vestido de Kate aos paramentos dos sacerdotes anglicanos, dos gestos de William ao chapeuzinho sempre feio da rainha. Se já sabemos os rumos que esse tosco "conto de fadas" moderno tem, porque insistimos em, de certo modo, participar dele?

Há toda uma aura de pureza nesse enlace, mas sabemos que não há nada puro nessa apresentação teatral paupérrima da terra de Shakespeare. É tudo para contentar o povo que, de modo geral, quer apenas pão e circo. Quem se importa que a família real inglesa seja apenas um caríssimo objeto de decoração? Ou quem quer parar para pensar em coisas muito mais relevantes do que um belo casal acenando do balcão e trocando um "selinho" para seus súditos entrarem em delírio?

Enquanto tudo isso está na mídia, e aos montes, cristãos estão sendo perseguidos e mortos na China. Mas quem  quer saber de plebeus cristãos, quando a realeza está se apresentando? Na África mais cristãos estão sendo queimados vivos. Mas churrasquinho de crente também não causa êxtase. No máximo um: "Oh! Que coisa não?!".

Como diria Homer Simpson: "O que importa se o mundo está acabando se eu tenho uma caneca de cerveja na mão e um controle remoto de uma TV de muitas polegadas e mais de 150 canais?".

Poderíamos dizer: "Está na hora de rever seus valores". Mas infelizmente o mais cabível é perguntar: "Onde foram parar os valores?". Você tem cuidado dos seus?