A tirinha ao lado brinca com a séria realidade de que todos
reconhecem que o amor é a chave para os problemas do mundo, algo
revolucionário, mas que pouquíssimos praticam. Entramos no jogo do "faça o
que eu mando, não faça o que eu faço".
Talvez agora você esteja pensando:
"Ah, não! Mais uma exortação dizendo que 'eu devo amar', 'eu devo amar',
'eu devo amar...'". Não se trata disso. Afinal, você já sabe muito bem a
parte teórica sobre o amor, ou talvez não muito, mas certamente sabe que é algo
bom, e algo que gostaria de receber. É sobre esse ponto que quero tratar.
Conhecemos algumas coisas somente
pela teoria. Esse conhecimento se aprofunda de maneira tremenda quando temos
contato, quando experimentamos o que diz a teoria. Um degustador pode explicar
a alguém as variadas nuances do sabor do chocolate, buscando exprimir o quanto
ele é delicioso, por exemplo. Mas uma bela mordida em um fará toda a diferença
no conhecimento dessa verdade (tudo bem se você não gosta de chocolate,
entendemos que no seu planeta isso possa ser uma realidade).
Você já sabe que somos muito
egoístas. Tudo gira ao nosso redor e tudo é para nós, ou ao menos pensamos que
deveria ser. Isso não é diferente quanto ao amor. Queremos que nossa esposa, ou
marido, nos ame e nos faça feliz. Queremos que as pessoas nos amem, e atendam
nossas necessidades, e nos elogiem, nos façam um carinho. Parece que a verdade
bíblica de "amar ao próximo como a si mesmo" é boa quando os outros a
praticam, não é?
Considerando isso, que tal se experimentássemos
mesmo amar? Os benefícios teóricos de amar você já conhece, mas que tal
senti-los na pele? Ver sua esposa sorrir emocionada porque você a abraçou
espontaneamente, sem motivo aparente, seria algo bom para você? Acompanhar os
olhos encantados de uma criança que lê um livro que você doou a ela seria algo
bom para você? Dar um duro danado trabalhando fora e ainda chegar em casa e
cuidar da roupa do seu filho, para tê-lo bem cuidado e agradecido à mãe seria
algo bom para você?
Bem, uma infinidade de coisas que
poderíamos fazer como expressão de amor nos deixariam felizes ao final. Mas
você percebeu que tudo isso está se voltando para o nosso umbigo de novo? Mas é
verdade que amar nos faz bem. Sim, aquele amor sacrificial, de entrega, pode
nos trazer benefícios. O ponto é que o amor verdadeiro age sem esperar nada em
troca. Afinal, ele "tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta"
(1Co 13.7).
O amor precisa ser praticado,
exercitado, para crescer e amadurecer. Esse processo só tem início com nossos
primeiros passos, com o entendimento, por exemplo, de que nós só podemos amar
de verdade "porque ele nos amou primeiro" (1Jo 4.19).
Portanto, que tal conhecer o amor mais profundamente? Que
tal espalhar amor, ainda que caras feias e irritadas estejam do outro lado? Que
tal praticar o amor, ainda que começando de maneira bem modesta, para que ele
vá crescendo e crescendo?
Ah, vamos amar!